terça-feira, 27 de novembro de 2007

Onírico

Ah, por lá eu caminhava sozinho
Sozinho, e me acompanhavam tantos...
Ecos,
Tua voz? Ecoa, e faz voar
E quando viraram pó
Eu apenas caía, entre minhas imagens
E entre ela.
A neblina. E como amo a neblina.

O que são as cortinas vermelhas?
Elas escondem
O universo...
Tu és o ceu,
Tudo o que posso contemplar.
Sei que posso...

La o cântico,
E de lá, os ecos amantes.

A neblina! Faz voar, e eu apenas caía,
Submerso a o que contemplava

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Narcótico

Revolução
Revolucionado
Flores ao chão,
Porém ainda amado,
Nasce a flor.

Mesmo o sol, chora em seu devaneio
Lágrimas... Nada mais
Nada além do fogo
Nada além
Nada além do nada
De mim.

Lágrimas,
Flores ao chão
E elas nao nascem mais,
E ainda a ama...


quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Meu canto chora seus anseios,
Vasto, vazio...
Ilusões que queimam minha febre,
Dor ardente...

Laceram minhas dolências
Despiram meus olhos, traz-me a venda,
Tu, lembrança onirica -
Disfarce do que sobrevivo.

Meu grito sussurra
Fulguras, murmúrios
Inacabado...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Entregue

Chora, violão meu
Disperta em milongas
Bordoadas nativas
Sobre vozes apaixonadas, sobre trova, espadas...
Nuas, cantam, ferem atadas,
Minhas mãos atadas!
E cordas dedilhadas a visão,
Sonhar.



quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Sobre Sonatas e Vendavais

Sonatas que choram o cavalgar dos ventos
Uivos, olhares,
Ascende, oh invernal!
O que em pautas criaste
É ópio, lubrico
Incêndio
Porta do abstrato rosto de inquietudes
Traça em condução, maestria!

Ventania!
Vasto viver, por velas ventando;
E apago, e sussurro
Sóbrio, não, abuso
As folhas secas caem sobre mim.



sábado, 12 de maio de 2007

Exílio

Prostado, o errante turvo deleitava-se em tragédias
No toque desta pele, pálida agrura
No caos que emana em duas faces
Em súbitos orgasmos
E súbita dor
Dor que fere, mas não afaga
Ah... Tais como o repouso
Que deseja ao exílio, oh
Exilado.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Desconhecia o ópio que a mim
Submetia em jubilo, em trágica desilusão
Crema em gelo, solitude,
Arma de bastardos a minha sórdida imagem...
Perdição!
Ah, se capaz ei de tornar liberdade enevoada,
Minha liberdade enevoada...
Tantos e cantos, ecos de dispersão, perdição!
Perdição...
Então passe a gemer,
Suprima, sublime sarcasmo, sombra de sentido soturno,
A lama que nadas, que nado,
Um nada.
Esquivo o córrego do âmago raso, que carrega nos seios,
A perdição...