quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Crianças de Gaza

Estruturas geodésicas eliminam o concreto
Epiléptico frente ao forte em queda
Livre dos estímulos periódicos
do eletrochoque paralisia mental -
Que a cova canibalize a catraca!
Profética em sua eterna hospitalidade.

Não há contemplação sem trevas
Arqueologia dos escombros superados pela erva-daninha
Não há dualidade sem dissenso
Nem meia-lua meiótica maximizadora, mortalmente nostálgica
Que acresce à bola de contato um lado sombrio
No equilíbrio das linhas deslizantes,

Não há disfarce sem grupo secreto
e conspiração das bestas medievais do contrabando
Em treinamento de guerrilha ocultista
ANTI-CAPITALISTA
Despovoadora da violência dadaísta
Oposição à não-violência racista, oh! Touro Sentado e Cavalo Louco, eu lhes saúdo!
As baionetas já não atendem ao colonizador: FLECHAS FLAMEJANTES O SAÚDAM.

Traumático e vagabundo,
Em guerra contra a tecnocracia cirúrgica do bisturi psicopata e sanguinário cofre
Vanguardas decaem frente ao cristo castrado sincronizado ante o sacro pênis de exú
Rebanhos (de)formam (anti-)percursos: alianças a curto e longo-prazo como mercadorias perecíveis da gramática normativa doente

Traumático e vagabundo,
Não há desgaste sem que a Pangéia se reparta,
e assim borbulham as estruturas do submundo
Coma
Profundo.

Não há saída,
Não há.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dm7

Esquisitas vozes declamando incompreensões
O musgo não pensa que encarcera (o pescoço ou veias) é tronco que sustenta galho
É o espantalho
Falho
Falo de espantá-lo
O corvo.

Percebe o atalho
Apenas como alternativa
Ao atá-lo com feridas
Retorcidas

Dentro de um frasco jaz um órgão meu
Posso sentí-lo pulsando o sangue que outrora coagulara
Dentro de um frasco jaz um órgão meu
Retirado através das minhas narinas
Ainda pensa
e sonha.

A peça sinfônica
Quando o prelúdio é passado
Se aproxima do fim
Sem ter acabado
A peça,
Sinfônica
e possessa
Protesta
Pelo fim
Da autoridade.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tortura, paralisante tortura
O terrorismo da droga do medo Os imperturbáveis hoje se auto-sacrificam

Exilados na própria ausência


Ilhados na própria urgência

Que logo irá sumir como a linguagem diante da sensação

ou da tortura, paralisante tortura

Costura suas agulhas nas tonturas bolhas de conto de fadas


Tua cintura,

Flamenca cintura

Me emancipa da sede do desidratado

Para a sede de desatar os nós,

os botões, o gozo, os trovões

da mais alta profanação, encharcada de paganismo


(inacabado)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Leve como gota que te leve como nota
Leve gota
Nas cordas
Do violão.

domingo, 2 de janeiro de 2011

As marcas na tua pele macia
O corte do áspero acorde dissonante.
E tuas tranças traçam o tango atonal e túrgido como teu seio silvestre!

Já não preciso da necessidade
Ou da justificativa
Perambulante me crio
No desafio
(Errante)
(Que reluz)
No reclínio resplandecente.

Atravessar a dissolução do mundo
Koorookoolleh, Koorookoolleh!
Das fartas flechas cintilantes
Que abrem nossos versos radiantes
e indivisíveis

Atravessa meu corpo ilusório
Feito de pensamentos
A travessia da transição!
Embalados pela condição da senciência
Soletras dentro de mim
A voz da criação.

SEREMOS O QUE SOMOS E O QUE SEREMOS!

Te dedico
O sorriso etéreo,
Te dedico
O despertar do sorriso eterno
(Como leões na savana quente)
Somos o sono que preenche o céu do último orgasmo do dia
Orquestrado pelo mel que te possui e me dociliza quando cantas baixinho os sussurros das nossas patas e pelos e mandíbulas que descansam de tanto beijar
Somos como leões
Na savana quente.