terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Enterrado

A vida longa
Da ciência e da razão
Tão... racionalista,
é um túmulo.
A breve vida eterna do poeta
Que morre de overdose
Que morre nascendo, e dá a luz -
Vermelho.
Que morre de tristeza.
E porque não seria, a morte do poeta,
A morte mais bela de quem vive?
O tempo não matou seus filhos
Eles estão sentados no centro,
Nos bares, nas calçadas,
Nos olhares...
E agora entram os violinos, levemente o Cello perde a timidez.
Nossos olhos, mutilados e febris, e famintos, e dor, gritantes! Queimando,
Cada discurso em cada palavra!
- Grande silêncio -
E quem para nos ouvir?
Alguém deve de estar ouvindo.
Pode,
Quer,
Risos, sarcasmo.

Estão ocupados e surdos, a indústria entope seus ouvidos -

Com merda.

Estão assistindo tv.

Merda.

O copo não.

Por isso o poeta chora.

O copo não, ele existe pra sorrir. E esquecer, quem sabe.

Destilado
Deste lado do bar.
Da mesa, a esquerda
Embriagada,
Cuidado, meu amor,
A hidra é o luxo -
Que as minhas lágrimas morram,
e de seu pescoço regenerem-se mais cabeças
Do que o luxo.

Acordado para mais uma noite
Abaixo da terra.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Partes de um Louco.


Laços, entrelaçam-se
Sem se preocupar com o nó...
São estes ensarilhos, amarrotados
Que tanto cantam em devassidão.
Que sussuram, tao só.
E tão só.

Apaixonados!
Eriçados ensandecidos, êxtases estes escondidos
Entorpecidos, ecóico entendido -
Por quem morre...

Uma camisa de força,
E abraço o mundo.
Uma forca,
E o mundo me abraça,
Como quem pinta um quadro, negro
Desbotado.
Mas tão colorido, parece vivo,
O poeta. O quadro?

Eu, louco, presente –
No discurso do fanático.
No silêncio da decepção.
No discurso do apaixonado.
No silêncio da decepção.
Um presente.