domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tudo o que não foi criado
Não criado o nada
Severamente golpeado
o Nariz.

Compreensão da inalcansável essência
Não pretendo não ser subjetivo enquanto xamã em um recolhimento,
As miríades da morte em signos
Desconstruíam a membrana do sono
Mas eu as disseco! Autópsia!
Incognoscível
Pandorga.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Alinhados os homens de touca
Em direção aos portões do barco a vela
Mas as pegadas nos restos mortais formam incompreensões
As asas circulares vingam a serpente em suas asas despedaçadas
Espetáculos Românticos içavam as faíscas dos símbolos
Inóspitos e sinuosos
Uma carcaça dá a luz ao próprio voo
E o que parecia único
Hoje é um gêmeo.

O Processo: FIM

O caminho materno precede
O aborto.

Temo encontrar apenas no fim do limite
dos buracos negros
A nova idéia genuína
O caminho materno precede o aborto
Expulsos do útero, da catatonia
Tornam-se precoces subversões revisitadas
Rememoradas, Reafirmadas
Em sua própria transpiração torrencial de sangue colorido
Manchantes infantes dos redemoinhos formados do caos
Subverter o drama em desejo
Subverto o drama em desejo
Fendas dispersam o alcansável da nudez inocente
Tornado de colapsos
Tornam-se o sêmen na correnteza, a gota no oceano
O oceano na gota faminta e improvável
Que percebe no erro nada mais
Além da normalidade.
Quero
O naufrágio
Delirante e úmido
Penetrante
Entre tuas pernas de equilibrista
E a chuva
Dá vida a terra.

O Processo, pt. 5

Caminhos maternos.

O pianista no deserto
Toca
Onde nunca eu fui antes
A areia que sai
do pó, do corpo do pó
A mim mesmo entregue
Perdido
No sonho, indício
início, incita
Onde nunca eu fui antes
O campo de violetas cinzas
- OS PRIMÓRDIOS DO DESCONHECIDO -
Se convertendo no próximo
Ciclo de finitudes no próprio
Infinito
Absurdos!
Na explosão própria
dos halos que multiplicam
dos halos que frutificam
Tudo ao redor
Penetra tudo ao redor
E enxerga
O mundo
Os núcleos
Circundantes.

Filosofia do Processo, pt.1b

A impossibilidade do ser de deificar-se deriva da consciência de sua própria existência, o que é externo à idéia de individualização, é o encontro com o divino interior; desse modo, deveríamos a partir da imoralidade desconstrutiva, observar como seres selvagens, animais, para que o outro (sujeito ou objeto de referência) torne-se um único, porém, condicionalmente livre em sua individualização.

O acaso é o único deus, e tal conclusão justifica a incapacidade e incompletude do ser humano quando tenta temporalmente lidar com o espanto diante da própria existência.

Lunas

Três sereias
Três vozes cantam
E desaparecem

Procuro o eco
Dos nomes celestes
Nos malabares dançantes
Regidos pela lua nova.

Filosofia do Processo, pt.1

A árvore desprende da inclinação de um morro de terra, como ponte entre a elevação e a linearidade do solo. Suas raízes porém, desenraizadas, permanecem selecionadas meticulosamente em seus resquícios de conexão com o barro, desterritorializando-se então enquanto acaso. Acaso este, espelhado como uma das "moiras", que no entanto, tece um corpo de cobra a ser regido por uma linha condutora da própria existência da serpente, posicionada como isca no oceano do caos.