domingo, 18 de abril de 2010

Os mitos mortos e amordaçados -
Degenerados deuses do erro
E o erro dos deuses,
Sublime é o turvo do anonimato
de entorpecidas profecias satíricas
Dispersas e inversas
Do sacrifício usurpador e lânguida piedade.

Sacrifica o sacrifício!
Veste o invólucro contra a própria couraça
O trompetista e seu chapéu negro
Deflora a virgem anciã
Os caminhos opostos no mesmo abstrato
Entre os troncos e suas expressões
Retorcidas de escárnio,
De aflições.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Espelho

Os primeiros terremotos do inverno:

Queda
da cor
E da queda
da flor
E daquela mulher estuprada
Pelas facas que refletem
os últimos raios de sol.

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Os primeiros terremotos do inverno:

Queda
da cor
E da queda
da flor
e daquele amor pequeno
do tamanho desta estação.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Manifesto

Se mostram insatisfeitos à flor no túmulo
Pois já se tornaram a própria flor
O epicentro
Da tempestade.

O mantra dos grilos
Ecoava na ciranda celeste
Reflexo inverso da totalidade
Onde as raízes
Não significam -
INQUESTÃO!
A reformulação
de si.

O símbolo se desfragmenta
Em subtítulos, subtítulos...

Não sei dizer do que não foi dito
Pareço grito, irrestrito
Desconstruo o reconstruído,
Desconstrói a vírgula!
Apaga a infrutífera víscera do tempo

O instinto
Extinto
Não vê o símbolo da palavra extinta.

A lembrança do seio da terra
Do epicentro
Da tempestade.