terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Entregue

Todos os sonhos se despedem
em um mar de beija-flor
Cada retorno,
Um Sonho,
Novos sonetos feitos de amor.
De fuga
Fogo
De amor.

Minha cegueira
É a minha nitidez -
enxergo uma só lua no céu,
feita de diamantes
do âmago de amantes
Ah... tu nasces durante o dia
Mas não morres
com as nuvens mais ternas,
Com os carnívoros corvos
Da resposta.

Procurar sentido
Onde não existe sentido
Sentir não é sentido
O que foi sentido, se sente
Sem sentido
Só sentir
Porque o que se sente
Só se enraíza sentido
Se souber sentir
Só sentir
Significar sem saber...
Sente... Sente... Sinto...

Sentir é se despedaçar
Sem tempo...
E colher cada metade
Cada vida,
Como se fosse nascer outra vez.
Morrer outra vez?
De tanto amor, amar...

Disfarçar meus disfarces
Folhando folhas de papel em branco
Cheias de sussurros secretos
Segredos
Tão inomináveis segredos...
Que nenhum infinito, ou finitude
Ou mesmo romances de alaúde
Concordariam em manchar
A pele listrada de borrões transparentes
- escritos ou não, são feitos de um beijo –
Tristes ou não, são também feitos de um beijo
Transformam-se no início
Das noites que adormecem o tempo
Pra sempre...