quinta-feira, 29 de outubro de 2009

As penas secretas

Sou do lugar
Onde sou todos os tempos
Todos os tangos

Sou do lugar
Onde juntos vamos
Para lugar nenhum

Nem ritmo,
Nem música,
Nem silêncio.

Sou dor implume!
O incurso da tragédia
No limo dos breves

Nem ritmo,
Nem música,
Nem silêncio.

A dança
Jamais
Terminou.

Discreto

Como pressentir os passos
Do elefante de olhos vendados?
Seus olhos são flautas,
O caleidoscópio
Fragmentado.

O veneno de Júpiter
Recorta os membros
Insípidos e canibais,
Denunciam o relógio de madeira
Intocável e impenetrável
Voz.

sábado, 24 de outubro de 2009

Asibnnac

Mudança da expressão
Homens voando em esferas do sono
O arco indígena toca a mão,
E reaparece nos pés
Grito!
O rosto em frenesi diz
Buda
Feliz.

Todos os olhos entram em mim
Todos os olhos sincopados
Entram em mim.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A saudade é o halo
Que guarda e aguarda a luz
Dos iluminados.

sábado, 17 de outubro de 2009

Existe uma vida
Em que este poema não nasceu.
Existe uma vida
Em que este poema não nasceu?

Deserto de nuvens vermelhas

Se dessem frutas
minhas mãos
Saberiam tocar

Espalha teu sêmen
Sobre o deserto
Assim florescerá a vida
Oonde os campos lisérgicoos
São crianças correndo sutilmente
Nos girassóis.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Trilha

Quando desvendaria um sóbreo o incolor
O doce nomadismo da onda verde terra
Assim como tudo é mais infinito sem luz
As luzes apontam:
"Tu, que sonhas na janela!
és do musgo e das jasmins
Da selva e do selvagem,
Nem o peixe, nem o pescador:
A onda que vai... vai...
De todos todos os caminhos, todos são!
O sopro, sutil
Leve
Apocalíptico!
De tantos coiotes, um só.
Ferido de insônia e criação
E por isso uiva, e canta...
Dançante sobre as pedras do abismo que é
Ser real demais.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Processo - pt. 1

Ah, eu vivo a poesia do acaso...
Das palavras borboletas azuis
Assassinas do disfarce!
Eu sou a poesia do acaso
Do confronto embriagado de silêncio livre
E cantante.

Eu sou
O confronto só.

Psicodelia torta.

Espero, irmão
Nosso tempo.
A boemia,
Os diamantes da orgia,
A arte que destrói e cria
Nossa voz unificada
Em solidão e desejo.

Espero, irmão
O tempo que não é nosso!
(Que também é nosso)
Da desconstrução dos palácios de concreto
A confusão dos olhares bacantes
pela incerteza de um sorriso.

Dos laços bucólicos
- Libertinos -
Que unem a nossa
Poesia.

Poesia que não é nossa!
Que também é nossa...
Do fim e tempestade
Dos teatros virgens
Da tinta nostálgica do céu do Guaíba,
Cada som e silêncio
Da flauta às cordas da ventania,

O vinho derramado.