segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Súbito
Como faca que rasga e fura, cintila seus caules vermelhos de prata fria
Gélida e enfurecida
O triunfo do óbito
Absorve a overdose da carne
A sombra é o negro do ópio
e lava das erupções
Inexpressiva e cíclica se desfaz em sombra e silêncio
Súbito (como)
Eclipse devaneante e súdito como as pegadas os rastros as ciladas nos frascos, fractais que miram o passado do próprio reflexo

O espinho é penetração e sangue derramado
As lágrimas o espírito de êxtase nebuloso
Os meteoros que não são vistos
No estranho
Obsessivo
Como aguda e insatisfeita promessa

No abismo
Tudo um dia sucumbe
A fraude dos temores resigna seu próprio compasso
Fracasso!
(Não pretendia o degolamento catastrófico da vertigem, como rasgam as cortinas da catarse)
Quero te despir
Suavemente
Como o sopro
e o vendaval.

Um comentário:

Stigger disse...

Cara, a tua poesia é muito única. Ninguém no mundo escreve algo sequer parecido com isso. Eu digo, cara, repito - e as metáforas que tu usaste me apoiam muito - temos que procurar uma forma de publicação mais ampla. Até porque privar o mundo de frases como "O triunfo do óbito
Absorve a overdose da carne"
e "No abismo
Tudo um dia sucumbe"
e ainda "Quero te despir
Suavemente
Como o sopro
e o vendaval.", seria, francamente, um crime. Fico feliz de acompanhar a tua criação (e de criar contigo)!

:D