segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Passa paisagem, trem
Alguém
Florestas, e alguma coisa urbana
Passam carros, ruídos, som
Construções e desconstruções
Materiais e imateriais
Passam cores, amores
Cores vivas ou incolores
Nos olhos, no vento
Em um sorriso desbotado
Passam saberes
sólidos, incostantes
Feitos de tempo
Passa a saudade,
a dor, o orgasmo
Passa a vontade do café
e do cigarro
Passa então, desapercebida
Breve como uma poesia
Passa a vida.

3 comentários:

Stigger disse...

Nossa cara... O tema dessa foi exatamente a viagem que eu tava tendo agora.
Tava pensando sobre o fim da consciência, sabe, e sobre a breviedade da vida.
Chorei. Me bateu, de leve, como batem os bons poemas.

Gih mB disse...

W-O-W, final inesperado e supreendente Fefe! ;)

Unknown disse...

Caralho, fê! Eu não sou de comentar em blogs porque dentro da minha concepção não existem palavras boas o bastante ou suficientemente críticas (seja ela boa ou não, construtiva ou destrutiva, whatever) para se referir à poesia ou textos mais intimistas... Mas cara, é humanamente impossível calar-se depois dessa.

Ouso até dizer que não existiria combinação mais harmônica do que essa caso você tentasse aperfeiçoar, tampouco epifania mais simplista ao mesmo tempo que realista.

Perfeito, fê. Perfeito.