segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sinestesia 1

A morte do sentido do toque
Da visão moldada pelo toque
Ou do toque que quer ver.

O cego distante
Seu único amante
Alerta os passageiros da finitude
Para as mãos rígidas
Que derretem junto ao corpo
Extendido e embalado em um berço de nuvens

Ah, eu ouvi dizer, amante de si!
Ouvi dizer que fazes parte do outro!
A mentira da solidão
Não é percebida
Pela solitude dos acompanhados

2 comentários:

Stigger disse...

"Ah, eu ouvi dizer, amante de si!
Ouvi dizer que fazes parte do outro!
A mentira da solidão
Não é percebida
Pela solitude dos acompanhados"

Fala sério, cara! Isso foi um marco na tua poesia! Uma mudança brusca de estilo - e achei muito mais tu. A última parte matou a pau. Ponto.

Vitor Nogueira disse...

Acho que a solidão tem dois lados. Se compartilhada passa a ser lamento, e se aproveitada, legítima, mas em qualquer uma das duas os outros tem um papel exterior que muitas vezes está em nós mesmos, como maneira de encontrar a sí mesmo no outro; Ou, até mesmo, fugir de sí mesmo.

Achei bem profunda e bonita a questão.